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Música: é preciso ter coragem para andar na contramão...

Desde criança o meu fascínio pela música era claro, ficava observando nas tardes de domingo meu avô e seus amigos tocando chorinho. Meu avô Jaime Nery era sapateiro, mas gostava de tocar cavaquinho, um apaixonado pela música. Instintivamente comecei a reunir os amigos no quintal de casa e tocávamos latas cantando hits do carnaval (banda Reflexu's, Mel, Dodó&Osmar, Olodum...).      

O meu mundo virou com a explosão do rock brasileiro (década de 1980), não posso negar que a energia e o groove dos "gringos" (bandas de outros países) me deixava doido, os solos de guitarra, os timbres de bateria e o baixo coladinho, puts... Sem falar dos discos de vinil, os importados eram caros, o grande lance eram as fitas cassetes. Eu gravava os sucessos nas rádios e dos discos emprestados. 

Meu tio Chico me apresentou a bateria, ele tinha uma no quarto. Foi a primeira vez que toquei, na verdade tentei tocar, não posso mentir, até hoje venho tentando (kkkkk). Lembro de ter ficado decepcionado quando sentei pela primeira vez na bateria, achei extremamente complicado usar os dois pés, as mãos e o celebro para compreender os ritmos, ele me disse: "Marcinho, para tocar bem você precisa aprender samba", e ai meteu um samba no aro, hi-hat e o bumbo marcando o ritmo, eu imaginei, nunca irei tocar assim, pensei até em desistir. 
 
Anos depois, juntei uma grana e comprei um corpo de bateria, Chico me levou numa loja de instrumentos e me deu um hi-hat de presente e um crash de 18" do seu set, dai pra frente comecei sozinho lendo métodos, tirando música de ouvido e ficando louco com vídeo aulas (vídeo cassete), não existia na época a internet e nem o "santo Youtube". Foi na Igreja Católica que dei o ponta pé inicial tocando e ensaiando...   

Morando na Bahia para começar ganhar alguma grana com música tinha que tocar axé ou pagode, mas como não curtia esses estilos e persistia em tocar o que eu gostava de ouvir, foi difícil, confesso que até hoje é muito complicado viver de música sem se render aos sucessos midiáticos do momento. Como eu não me adaptei a isso, fui estudar outra coisa, precisava pagar contas. Abracei o jornalismo e a música paralelamente (nada profissional), mas tocando em festivais e em gigs de MPB, pop e Rock. 


Sendo assim, constatei que eu não precisava tocar com cantores e ou bandas do momento e seus hits comerciais com letras ordinárias, sem nada de substancial que nos faça pensar, foi uma opção que fiz e sou feliz com isso. Em países desenvolvidos músicos e bandas que vivem longe deste "cenário comercial do momento", seguem trabalhando com dignidade, tocando, gravando e se apresentando em festivais. 

No Brasil também, mas aqui na Bahia, a situação é bem difícil para os que andam na contramão, entretanto, sigo em frente tendo a música como paixão e o jornalismo como profissão, não me arrependo da escolha que fiz.... Viva a arte!


                                                                                                                  Márcio Wesley    


Música: é preciso ter coragem para andar na contramão... Reviewed by Márcio Wesley on fevereiro 20, 2018 Rating: 5

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